Os Processos Educacionais Gregos E Romanos E Suas Influencia Para Formação Da Sociedade


Os Processos Educacionais Gregos E Romanos



Devemos aos Gregos o surgimento das seguintes idéias e conceitos que, para eles, se transformavam em idéias:
-O conceito de liberdade política no estado e através dele;
-A ideia de que a educação é a preparação para a cidadania;
-A ideia do desenvolvimento intelectual da personalidade;
-A ideia de amar ao saber pelo saber, isto é, a filosofia; A ideia de viver de acordo com a razão;
-O conceito de homem como sendo, primeiramente, um ser racional;
-O conceito moral de personalidade, ou seja, cada indivíduo encontra na sua natureza racional o direito de determinar os seus próprios fins na vida;
-Os conceitos de liberdade moral e responsabilidade moral, isto é, a liberdade sob a lei e pela lei, contida na natureza;
-O conceito de arte como sendo a corporificação concreta de alguma verdade, de um ideal ou experiência de validez;
-A ideia de que o individuo deve procurar conhecer-se a si próprio (Sócrates).
O povo romano trás consigo, os valores heróicos e guerreiros,
com isso a Roma se expande cada vez mais em diversos aspectos, tanto científicos, quanto culturais. Com essa grande expansão Roma influenciou o mundo já que dominou grande parte da Europa durante o período Imperial, suas características podem ser reconhecidas até hoje através por exemplo, da divisão dos graus escolares, da importância da retórica, da valorização do homem honrado como integro, corajoso e cheio de virtudes.
Uma das questões mais valorizadas tanto em Roma quanto nos dias atuais é a retórica, ou seja, o falar bem, saber se expressar, ser capaz de convencer o outro a acreditar naquilo que você defende. A retórica foi muito valorizada em toda a história romana e é ainda claramente vista nos dias de hoje nas câmaras, no senado, no plenário, e claro, nas campanhas eleitorais.
A EDUCAÇÃO GREGA
A Grécia é considerada o berço da civilização ocidental da qual nos fazemos parte e cuja cultura assimilamos desde o nascimento. Daí a importância do seu estudo, mesmo que apenas em seus aspectos essenciais, principalmente para quem pretende dedicar-se a educação das novas gerações.
A sociedade grega diferenciava-se particularmente dos demais povos orientais por privilegiar o desenvolvimento individual, enquanto os outros em seu modo de educar, procuravam considerar o passado, impondo a maneira de pensar e agir. A liberdade da organização da sociedade grega, que estimulava o desenvolvimento dos aspectos da personalidade, das formas de expressão e valor individual, conduziu-a ao progresso e a educação liberal. “É a educação digna do homem livre, que o habilita a tirar proveito de sua liberdade ou dela fazer uso.
Entretanto, não podemos esquecer que esse novo conceito de educação refere-se aos cidadãos livres da Grécia antiga, que podiam tirar proveito da sua liberdade, ao mesmo tempo em que cerca de 90% da população viviam como escravos.Foram os gregos os primeiros a traçar e a executar idéias sobre as praticas pedagógica. A própria palavra “pedagogia” tem origem no grego e refere-se ao escravo que acompanhava as crianças a escola. Com o passar do tempo com a contribuição de diversos estudiosos e as teorias surgidas, a palavra “pedagogia” passou a designar a reflexão feita sobre a educação, uma espécie de metaeducação.”É na Grécia que começa a historia da educação, com sentido na nossa realidade educativa atual. De fato, são eles que, pela primeira vez colocam a educação como problema”.(MONROE 1987).
A Grécia caracteriza-se pelo reconhecimento da razão autônoma, pela inteligência critica, pela personalidade livre capaz de estabelecer a lei humana e não mais divina. “Surge, pois, a necessidade de formular teoricamente o ideal da formação, não mais de herói, submetido ao destino, mas do cidadão.” (ARANHA, 1989).Assim, o homem não fica preso ao passado, ao destino e consegue projetar o futuro, buscando alcançar a sua utopia.
PERÍODO HOMÉRICO (900-750 A.C.)
Homero teve uma importância excepcional para a cultura e para a educação gregas. Tão grande foi a sua importância que muitos estudiosos consideram que os germens de todo o desenvolvimento posterior estão contidos no período homérico.
A educação nesse período teve um caráter eminente prático. Os poemas homéricos — a Ilíada e a Odisseia.— falam dos ideais dessa educação, que compreende um duplo ideal de homem, ou seja,o homem de ação e o homem de sabedoria. Esse duplo ideal__sabedoria e poder de ação — tinha que ser atingido por todos os gregos livres.
Diversos aspectos contidos nesse duplo ideal tiveram grande desenvolvimento durante os períodos posteriores. Um desses aspectos é a bravura. que. no entanto, tinha de ser moderada pela reverência. "O homem que não conhecia temor, assim como o homem que não tinha pudor ou modéstia no trato com seus companheiros, ou que era insolente com os deuses ou com os mais velhos, era acusado de irreverência,isto é, faltava-lhe o devido equilíbrio de ação." (Id., ibid., p. 31.)
Outro aspecto desse ideal é a sofrosine grega. A sofrosine consiste no domínio dos desejos e paixões pela razão. Consiste no equilíbrio de pensamento e ação exigido pelo ideal de reverência.
A EDUCAÇÃO ESPARTANA (750-600 A.C.)
Já no século IX a.C. Licurgo organizou o Estado e a educação em Esparta, uma das cidades gregas. Licurgo percebeu a importância do Estado nos assuntos educacionais. Os espartanos, que representavam a mais primitiva forma de cultura grega, conquistaram, já no período homérico, uma posição de destaque entre os demais povos helênicos.Para preservar essa soberania o povo espartano adotou a constituição de Licurgo. Surgiu, assim, um Estado que passou a manter o mais extremado controle governamental sobre a educação. A sociedade inteira se transformou numa escola, em que todo o membro adulto tinha a obrigação de participar, como um importante dever de cidadania, na educação da juventude.
O objetivo da educação espartana era dará cada individuo um nível de perfeição física, coragem e habito de obediência às leis que o tomasse um soldado ideal. Dessa maneira o homem espartano passou a ser um modelo de bravura, vigor e tenacidade. Como essas qualidades faltavam aos demais povos gregos, o Estado espartano passou a acumular um grande número de triunfos militares.Faltavam aos espartanos, no entanto, os sentimentos mais delicados e a sensibilidade dos atenienses. Assim, Esparta não participou muito do esplendor artístico, literário e filosófico de Atenas.
Até os sete anos de idade o menino ficava sob os cuidados diretos de sua mãe, de quem recebia um treino rigoroso. Depois era tirado do lar e colocado em casernas públicas custeadas pelo Estado. Nessas casernas os meninos comiam em mesas comuns, ajudavam no fornecimento do alimento necessário, caçavam os animais selvagens e participavam de danças corais. Todo o resto do seu tempo era gasto com exercícios de ginástica, que constituíam o elemento principal de sua educação.Dos dezoito aos vinte anos o jovem dedicava-se ao estudo das armas e das manobras militares. Dos vinte aos trinta anos seu treino era na guerra ou, nos intervalos de paz, praticado às custas dos ilotas servos que moravam em choupanas. Em Esparta, nove mil espartanos tinham que dominar vinte mil ilotas.Com trinta anos o jovem tornava-se maior de idade e continuava a dedicar seu tempo integralmente a serviço do Estado, seja nas guerras ou nos treinamentos necessários.
A EDUCAÇÃO ATENIENSE (600-450 A.C.)

A educação grega em Atenas, outra das grandes cidades gregas,tinha pouco em comum com a educação de Esparta. Enquanto em Esparta se deu muita importância à_educação física a serviço da guerra para manter o estado, em Atenas surgiu o ideal da formação
completa do homem. Foram colocadas no mesmo nível a educação física e a eduçaçaõ intelectual.
"Duas circunstâncias intimamente vinculadas determinaram tão notável mudança. De um lado, a nova maneira de compreender a estrutura e finalidades do Estado. Em Atenas vê-se o Estado como um meio de assegurar a liberdade pessoal, criando as condições vantajosas para sua educação. Sólon considera a instrução da juventude como missão essencial do Estado, mas não se coage o indivíduo nesta empresa; deseja-se que, por convicção própria, as classes sociais façam sua a tarefa da formação das gerações. Daí que, apesar de ver-se no Estado o titular da vida do cidadão, jamais teve o monopólio educacional. Os pais tinham a obrigação de cuidar que seus filhos se preparassem eficazmente para a vida, mas dentro de um ambiente de liberdade. Trata-se de um Estado de cultura, de uma organização política atenta sempre ao desenvolvimento harmónico da personalidade. (. . .) De outro lado, a própria vocação cultural de Atenas, tão permeável à revolução da ciência e da Filosofia ocorrida no século VI a.C., e que de modo tão natural elevou o nível intelectual de seus cidadãos, convertendo-a no centro da cultura helenica, ‘a escola de toda a Grécia’, como disse Tucidedes. A partir daí foi adquirindo forma o que mais tarde veio chamar-se o aticismo,isto é, o gosto elegante e equilibrado em todas as atividades humanas."(larroyo, Francisco. História geral da Pedagogia. São Paulo, Mestre Jou,1970.p.150.)

Em Atenas a educação da criança, durante os primeiros sete anos, estava inteiramente a cargo da família. A educação na família, no entanto, não tinha um caráter tão elevado quanto em Esparta. Em Atenas,geralmente a criança era entregue aos cuidados de amas e escravos, enquanto as mães espartanas eram famosas em toda a Grécia pelo elevado nível do treino físico e moral que davam a suas crianças.
O menino ateniense, mal deixava os cuidados da ama, era entregue aos cuidados de um pedagogo. Os pedagogos eram escravos ou servos a quem os atenienses confiavam as crianças. A palavra pedagogo (de pais, paidós = criança; agein = conduzir) designa em sua origem o condutor de meninos; por isso eram chamados de pedagogos os escravos encarregados de guiar as crianças à escola.O menino ateniense frequentava dois tipos diferentes de escolas: a escola de música e a escola de ginástica ou palestra.

OS SOFISTAS (450-400 A.C.)
De 500 a 449 a.C. os atenienses enfrentaram um período de guerras - as guerras médicas - contra os persas. Passadas essas guerras,Atenas alcançou seu máximo esplendor: ampliaram-se as relações economicas e as atividades comerciais: a prosperidade material e a cultura dos cidadãos aumentaram rapidamente; a velha constituição aristocrática já fora substituída (509 a.C.) pela constituição democrática de Clístenes.
As exigências impostas à educação por tais modificações foram duplas: "Em primeiro lugar, com o desenvolvimento da liberdade na esfera política, passou-se a reclamar da educação maior liberdade individual de pensamento e açao. Em segundo lugar, impôs-se a necessidade de um treino ou educação que habilitasse o indivíduo a aproveitar-se das oportunidades sem precedentes que se ofereciam para o engrandecimento e realizações pessoais. (. . .) Porém, na sociedade ateniense, organizada sob o velho regime, não havia meios para ministrar a educaçao que proporcionasse ao indivíduo condições de êxito pessoal. Toda a educação existente preparava apenas para o serviço cívico. Aparece, então, o instrumento necessário, sob a forma de uma nova classe de professores - os sofistas". (monroe, P. Op. cit., p. 53.)

Os sofistas(de sophós=sábio) surgiram, como sendo a nova classe de professores que a sociedade exigia. Geralmente os sofistas eram professores ambulantes que percorriam as grandes cidades. Eles ensinavam as ciências e as artes, com finalidades práticas, principalmente a eloquência, em troca de uma elevada contribuição financeira. Muitos sofistas davam apenas uma preparação superficial que, geralmente, consistia em fornecer a seus alunos discursos feitos sobre certos tópicos, a serem repetidos em determinadas ocasiões, tais como nos processos perante os tribunais. Transmitiam aos alunos sentenças inteligentes ou informações fragmentárias para serem utilizadas nos momentos oportunos. Outros sofistas davam um curso mais completo, que abrangia o estudo das ciências naturais e históricas da época e um treino em dialética, por meio da discussão, e em retórica, por meio do discurso público.
Os gregos mais ponderados e conservadores não gostavam dos sofistas; não viam com bons olhos o fato de eles se autodenominarem sábios e de exigirem remuneração pêlos seus serviços. Esses dois fatos iam contra dois princípios muito valorizados pêlos gregos: o primeiro era o princípio de harmonia e reverência e o segundo, o principio de que a relação entre professor e aluno devia basear-se na estima mútua e não no caráter económico.
Dessa maneira surgiu, entre os escritores de tendência conservadora, a mais violenta antipatia contra os sofistas.Os sofistas, em seus ensinamentos, acentuavam de forma exagerada o valor da individualidade. Entre eles não havia nenhum sistema comum de ideias. A única ideia comum era que não havia ideias universais nem padrões universais de conduta. Nas palavras de Protágoras, um dos maiores sofistas, "o homem é a medida de todas as coisas". Assim o indivíduo situava-se num tal nível de independência que ficava acima dos deveres do cidadão.
Para os sofistas a moralidade devia basear-se na razão e não, como no antigo período, no costume e na tradição. "Tais ideias realmente encorajavam a tendência ao irrestrito individualismo e muito contribuíram para a esmoralização de Atenas." (Id., ibid., p. 56.)

OS GRANDES FILÓSOFOS (400-300 A.C.)
A Guerra do Peloponeso (431-405 a.C.), pela qual Atenas perdeu sua posição controladora do mundo helénico, veio ressaltar, uma vez mais, a importância da força politico-militar de Esparta e, com isso, as deficiências do sistema ateniense de educação. Ao mesmo tempo, porém, todos sabiam das limitações da educação espartana. O problema, portanto, consistia em formular um ideal educativo que pudesse satisfazer as necessidades institucionais e o bem coletíivo e, ao mesmo tempo, promovesse o completo desenvolvimento da personalidade. A oportunidade para que os filósofos gregos reformulassem a teoria da educação nasceu do conflito entre a nova e a velha educação grega.

SÓCRATES

Sócrates (470-399 a.C.) foi o primeiro filósofo a definir o problema do conflito entre a velha e a nova educação grega, entre interesse social e individual. Ele tomou como ponto de partida o principio básico da doutrina sofista: "O homem é a medida
de todas as coisas". Se o homem é a medida de todas as coisas, conclui Sócrates, a primeira obrigação de todo homem é procurar conhecer-se a si mesmo.É na consciência individual, diz Sócrates, que se deve procurar os elementos determinantes da finalidade da vida e da educação. A consciência individual, porém, deveria deixar de fundar-se em simples opiniões para guiar-se por ideias de valor universal.
"O fim da educação, então, não era dar a informação sem base que, aliada a um verbalismo superficial e brilhante, constituía o ideal dos sofistas. Era ministrar saber ao indivíduo, pelo desenvolvimento do seu poder de pensamento. Todo o indivíduo tem em si mesmo a capacidade de conhecer e apreciar tais verdades como as de fidelidade, honestidade, verdade, honra, amizade, sabedoria, virtude, ou pode adquirir essa capacidade. Nesse tipo de conhecimento é que Sócrates se achava interessado — o conhecimento derivado da própria experiência, o qual constitui a base da boa conduta." (Id., ibid., p. 59.)
Através de seus ensinamentos, Sócrates procurava demonstrar que o conhecimento das verdades universais era a base de toda ação virtuosa. Assim, cada indivíduo deveria adquirir a capacidade e-.formular tais, verdades. O método utilizado por Sócrates para chegar a tais verdades consistia em fazer perguntas para obter, dessa forma, as opiniões do interlocutor.
Depois, através de outras perguntas, levava o interlocutor a descobrir por si mesmo a contradição e o absurdo das opiniões apresentadas. A primeira parte do método de Sócrates — fazer perguntas para obter a opinião do interlocutor — é a ironia. Ironia, do grego eironeía, significa perguntar, fingindo ignorar, para rir-se dos outros. A segunda parte — fazer outras perguntas para levar o interlocutor a descobrir a verdade — é a maiêutica, que significa parto ou partejamento (do grego maieutikós). Maiêutica é a arte de fazer nascer as ideias.
As principais contribuições de Sócrates para a educação foram as Seguintes:

O conhecimento possui um valor prático ou moral, isto é, um valor de natureza universal e não individualista.

O processo objetivo para obter-se conhecimento é o de conversação; o subjetivo é o de reflexão e organização da própria experiência.
A educação tem por objetivo imediato o desenvolvimento da capacidade de pensar, não apenas de ministrar conhecimentos.
PLATAO
Platão (428-348 a.C.) foi outro grande filósofo que teve muita influência sobre a educação grega. Ele concordou com Sócrates sobre a necessidade de se procurar uma nova base moral para a vida; concordou também que essa nova base deveria se encontrar em ideias e na verdade universal.
Com relação ao método, Platão aceitou e desenvolveu a dialética de Sócrates; ele a definiu como sendo um "contínuo discurso consigo mesmo". Nesse sentido, a educação seria um processo do próprio educando, mediante o quãrsao dadas a luz as ideias que fecundam sua alma. A educação, portanto, consiste na atividade que cada homem desenvolve para conquistar as ideias e viver de acordo com elas. O conhecimento não vem de fora para o homem; conhecimento é o esforço da alma para apoderar-se da verdade.
O papel do educador consiste em promover no educando o processo de interiorização graças ao qual ele pode sentir a presença das ideias. A realidade, para Platão, nada mais é do que a ideia que se realiza ou atualiza. Ele compara o mundo sensível a uma caverna iluminada por grande fogueira, onde se encontram homens imóveis, encadeados, de costas voltadas para as chamas. Os objetos e os seres que transitam fora da caverna projetam sobre o fundo iluminado das pedras suas formas mais ou menos alteradas. Toda a visão dos homens na caverna se reduz a sombras, e nisso reconhecem a única realidade. Libertados os cativos, e voltando eles os olhos para a luz meridiana, não perceberão, senão confusamente, os objetos cuja sombra era para eles a única realidade existente.O despertar para o mundo das ideias é um processo gradual.
Na educação deve-se levar em conta tanto o corpo como o espírito. Os exercícios corporais, a cultura estética e moral, e a formação científica e filosófica devem constituir o conteúdo da educação. "A boa educação é a que dá ao corpo e à alma toda a beleza, toda a perfeição de que são capazes." Uma diferença que convém ressaltar entre Platão e Sócrates refere-se ao aspecto de quem tem capacidade para adquirir conhecimentos. Enquanto Sócrates afirmava que todos têm essa capacidade, Platão afirmava que apenas algumas pessoas a possuem Para Platão a visão da verdade eterna era uma função de um sentido especial, ou de um sexto sentido, um "sentido para ideias".
"Por isso, enquanto a influência de Sócrates se adaptou à tendência democrática da época, a influência de Platão foi mais reacionária. Em seus planos ideais de educação ele retornou a um governo aristocrático de natureza socialista. Nessa república ideal os filósofos eram os governadores. O filósofo é que conhece o bem supremo. Só ele pode determinar em que extensão a existência fenomênica se aproxima da ideia e atinge assim o bem." (Id., ibid., p. 63.)
ARISTOTELES
Aristóteles (384-322 a.C.), outro grande filósofo grego, apresentou uma visão bastante diferente da de Sócrates e Platão. Enquanto estes dois afirmavam que a posse do conhecimento pelo indivíduo constituía a virtude, Aristóteles afirmava que a virtude está na conquista da felicidade e do bem.
A virtude não consiste no simples conhecimento do bem, mas na sua conquista. E o bem, na sua integridade, resume-se em bem ser e bem fazer. O bem ser é o bem do intelecto, ligado intimamente à posse da verdade universal da escola platónica.
O bem fazer é o bem da ação adquirido através do hábito, e representa o aspecto social do ideal aristotélico. O bem fazer consiste no funcionamento, na vida social, das ideias ou princípio de conduta de validez universal.
felicidade, que é o bem supremo, consiste em realizar o que é específico do homem, isto é, a razão. A plena realização do elemento racional humano supõe a realização nos mais diversos aspectos, tais como saúde, fortuna, situação social, etc.
Aristóteles desenvolveu seu conceito de educação partindo da ideia de imitação. O que nós animais é apenas capacidade imitativa, no homem se converte numa arte. O homem se educa na medida em que copia a forma de vida dos adultos. Eles e educa porque atualiza suas energias. Segundo a doutrina da potência e do ato de Aristóteles, a educando é potencialmente um'sábio -e,, com a educação, ele atualiza (converte em ato) o que é suscetível de desenvolver.
Para Aristóteles, os fatores da educação humana são os seguintes: as disposições naturais (natura), os meios para aprender (are) e a prática ou hábito para afirmar o assimilado (exercitatio).

Assim, o processo de ensino deve corresponder ao seguinte plano metódico:
O mestre deve, em primeiro lugar, expor a matéria do conhecimento.
Em seguida tem de cuidar que se imprima ou retenha o exposto na mente do aluno.
Por fim, tem de buscar que o educando relacione as diversas representações mediante o exercício.
Dante Alighieri (1265-1321) denominou Aristoteles  “o mestre daqueles que sabem”. Realmente Aristóteles foi o primeiro grande cientista, o maior sistematizador que o mundo conheceu. Tão grande foi a influência de Aristóteles que muitos termos da nossa linguagem diária atual têm origem em seu pensamento. Palavras como fim, indicando o propósito finai, e causa', os termos forma, matéria, principio, motivo, faculdade, energia, hábito, categoria, meio; as expressões causa final e causa eficiente; o sentido de substância sacidente, de ato s potência, etc, são o resultado de seus esforços para sistematizar o conhecimento humano em todos os campos então investigados.
O PERÍODO COSMOPOLITA DA EDUCAÇÃO .GREGA (300 A.C.-...)
Tão grande foi a influência da cultura grega que se costuma designar por época helenística o período histórico que se estende desde a morte de Alexandre Magno (323 a.C.) até a conquista do Egito pelos romanos (30 a.C.). Dois fatos caracterizam tal época: um é de ordem política, ou seja, o império de Alexandre se desmembra em vários reinos; o outro, de ordem cultural: a civilização grega se espalha por todo o império.
A helenização do mundo provocou, em grande parte, a perda da pureza helénica. Não é menos verdade, porém, que com essa expansão a cultura grega se enriqueceu em muitos aspectos. Algumas cidades chegaram a superar Atenas como centros de atração de artistas e sábios.Entre elas podemos citar Alexandria, no Egito; Péfgamo, na Ásia Menor; e Antioquia, na Síria.
Após a morte de Aristóteles, que foi mestre de Alexandre Magno a educação grega sofreu diversas mudanças. No domínio do saber ganhou terreno o gosto pela investigação particular (Arquimedes, Aristarco e outros).
"Primeiramente surgiu o conceito de uma instrução que acolhia simultaneamente os produtos das ciências particulares e mediante a, qual tinha de transmitir-se aos homens livres a formação cultural. Este é o ideal da enkyclia mathémata e dos enkyclios paidéía.  A palavra enkyclios, da qual se serviu Aristóteles, designa o habitual e geral. Enkyclios paidéia é, pois, o saber que tem de ser exigido em todo homem culto; reunidas, formam 'a palavra enciclopédia." (dilthey,W. Apud larroyo, F. Op. cit., p. 186.)
Na época alexandrina, a ciência grega, sobre a qual se edificaram a cultura científica e a educação ocidentais, achava-se organizada da seguinte forma:
• Conhecimentos filológicos: Gramática, Retórica. e Dialética. A este grupo chamou-se mais tarde o trivium.
• Conhecimentos reais: Aritmética, Geometria, Teoria Musical  e Astronomia. Estas quatro disciplinas receberam o nome de quadrivium.
• Filosofia (Metafísica, Ética, Política, etc.) e Teologia. Graças à obra dos gregos, durante este período, o saber tornou-se universal. Como consequência surgiram novos tipos de instituições educativas. Os principais foram as escolas de retórica, as da dialética e de filosofia, e as universidades.
As universidades foram fruto das escolas filosóficas e retóricas. Embora existissem diversos grupos de escolas, somente duas receberam o título de universidade: a Universidade de Atenas — que resultou da combinação da Academia (escola peripatética fundada por Aristóteles) com a escola estóica — e a Universidade de Alexandria. Durante os primeiros séculos da era crista a Universidade de Alexandria superou a de Atenas como centro intelectual do mundo.
Após a conquista romana (146 a.C.) a cultura grega foi rapidamente assimilada pelos conquistadores. Assim, a educação romana foi em parte um aspecto da educação cosmopolita grega.




A EDUCAÇÃO ROMANA

Os romanos tinham uma mentalidade prática; procuravam alcançar resultados concretos adaptando os meios aos fins. Enquanto os gregos julgavam e mediam todas as coisas pelo padrão da racionalidade, da harmonia ou da proporção, os romanos julgavam tudo pelo critério da utilidade ou da eficácia. "Por isso os romanos sempre consideraram os gregos como um povo visionário e ineficiente, enquanto os gregos consideravam os romanos como bárbaros sórdidos, com força de caráter e valor militar, mas incapazes de apreciar os aspectos superiores da vida." (monroe, P. Op. cit., p. 77.)
O Ideal Romano De Educação
O ideal romano de educação decorre, principalmente, da concepção de direitos e deveres. O cidadão romano tinha os seguintes direitos:
• o direito do pai sobre os filhos (pátria potestas) ,
• o direito do marido sobre a esposa (manus),:
• o direito do senhor sobre os. escravos (potestas dominica) ;
• o direito de um homem livre sobre o outro que a lei lhe dava por contrato ou por condenação judiciária (manus capere) ;
• o direito sobre a propriedade (dominium).
A tais direitos correspondiam os deveres. E para cumprir seus deveres o cidadão romano precisava possuir uma série de aptidões e virtudes. Desenvolver tais,aptidões, era o papel da educação.
E quais eram essas aptidões e virtudes? As principais eram as seguintes:
• a piedade ou a obediência, que incluía tanto a ideia religiosa de reverência como a noção de respeito à autoridade paterna;
• a varonilidade ou firmeza, que atualmente chamamos de caráter (constantia);  era uma virtude muito valorizada entre os romanos;
• a bravura ou a coragem, que impelia o romano a nunca abandonar voluntariamente uma luta antes de ter vencido;
• a prudência, que devia ser utilizada principalmente na direção dos negócios particulares;
• a honestidade, que consistia principalmente na perfeita conduta em todas as relações econômicas;
• a seriedade (gravitas), que incluía a sobriedade na conduta, a compostura.
Para o indivíduo, todas essas virtudes estavam reunidas no ideal do dever; para o Estado, no ideal de justiça.
A FAMÍLIA COMO CENTRO DA EDUCAÇÃO ROMANA
Numa educação centralizada na formação do caráter moral das pessoas, é evidente que a família desempenha papel muito importante.O pai é o principal responsável pela educação dos filhos, mas o caráter  Pratico do povo romano atribui especial importância à mulher nessa tarefa e em outras relacionadas com o lar. A situação da mulher em Roma era mais elevada do que no restante dos impérios da Antiguidade.
Embora não chegasse a participar da vida pública, a mulher exercia grande autoridade dentro da família. Era comum, na educação de crianças e jovens, serem apresentados Exemplos concretos da virilidade romana. Nenhum outro povo utilizou Tão eficazmente as personalidades de importância de sua própria história E o modelo ideal era em primeiro lugar, o ancestral da família,depois o da comunidade.
A IMITAÇÃO COMO MÉTODO DE EDUCAÇÃO
Enquanto os heróis gregos eram semideuses que dificilmente poderiam ser imitados, os heróis romanos, ao contrário, podiam ser imitados por todo menino romano. Por isso a característica fundamental do método da educação romana era a imitação.O jovem romano tinha de tornar-se piedoso, respeitoso, corajoso,varonil, prudente, honesto pela imitação de seu pai e de outros romanos cujo heroísmo merecera ser consagrado pelas lendas e histórias do país.Esses heróis, convém ressaltar, eram homens reais que andavam nas ruas de Roma e se reuniam no Fórum.
Com relação ao método, outro aspecto que se destaca é que os romanos rejeitavam como sinais de afeminação, o treino ginástico,a dança, a música, a literatura, enfim todos os meios educativos utilizados pelos gregos. "Entre os romanos não havia ginásios. Promovia-se o desenvolvimento físico nos campos marciais e no acampamento, e por meio de exercícios  militares completados pela prática real da participação na vida rural. De qualquer forma a educação dos meninos era feita ou por um aprendizado dos ofícios de soldado, de agricultor, de estadista, ou pela participação direta nas atividades que lhes seriam requeridas como cidadãos. O método romano era, pois, o método característico da educação prática – Aprendia-se fazendo a coisa que se tinha_de_fazer." (Id., ibid., p. 81-2
A PRIMITIVA EDUCAÇÃO ROMANA (753-250 A.C.)
Durante esse período predominaram de maneira especial os aspectos que acabamos de mencionar sobre a educação romana. O lar era praticamente a única escola. Bem cedo, porém, o menino tornava-seo companheiro de seu pai nos negócios públicos e privados, na rua,no Fórum e no acampamento.Dava-se especial importância à educação moral. A disciplina era severa e os ideais eram_seguidos rigorosamente.
Durante a ultima parte desse período surgiram as escolas elementares que passaram a ministrar os rudimentos das artes de ler, escrever e contar; Estas escolas eram conhecidas como ludi, palavra latina que significa jogo, divertimento ou brinquedo.Receberam esse nome por que a instrução nas artes de ler e calcular representava uma "diversão"quando comparada com a educação no lar. O mestre dessas escolas tinha o nome de ludi-magister
A INTRODUÇÃO DAS ESCOLAS GREGAS (250-50 A.C.)
Através de suas vitórias militares, os romanos estenderam seu domínio pela Itália e fora dela. A Grécia, ao ser transformada em província romana (146 a.C.), passou a influir decisivamente sobre a cultura do conquistador.O contato seguido com outros povos fez com que a educação romana deixasse de ser estritamente nacional e passasse a receber grande influência de outros elementos culturais.
"Os militares, comerciantes e diplomatas necessitavam do conhecimento da língua grega para melhor desempenho de seus empreendimentos; a guerra e a política se tornaram cada vez mais complexas e difíceis; a jurisprudência foi se convertendo numa disciplina que exigia certos conhecimentos não mais suscetíveis de serem aprendidos pela audição das dissertações públicas; por fim, a arte oratória chegou a ser o meio mais eficaz para ocupar as magistraturas ou influir poderosamente na vida social.Como se pode compreender, a velha escola do ludi-masisteja nao podia satisfazer por si mesma .as novas exigências; junto dela se foi gerando um novo tipo de instituições." (larroyo, F. Op. cit.,p. 207-8.)
Podemos citar como exemplos de tais instituições as escolas gregas de gramática e de retórica. Posteriormente, a escola de retórica latina abriu campo mais vasto para_esse tipo de educação, atingindo maior parcela da população.
O INÍCIO DO PERÍODO IMPERIAL (27 A.C.-200 D.C.)
Sob o Império, que teve início em 27 a.C., após o término da República, ocorreram importantes acontecimentos históricos que precisamos ter presentes para entender as transformações da educação romana. Graças à prosperidade material, surgiram o luxo e uma aguda visão de classes sociais. Muitos ex-escravos, libertos, chegam a ser poderosos. Os que exercem profissão produtiva, como os mestres, os artistas e os artesãos, vivem à custa dos ricos, aos quais rendem honras.Com as mudanças históricas a cultura grega continua se impondo nos mais diversos aspectos da vida romana. O tipo de saber que tinha maior aceitação no período imperial era a retórica'. E os gregos eram os grandes mestres nessa arte.
A escola do retórico em Roma, a exemplo da escola dos sofistas ou da dos últimos retóricos gregos, ministrava um treino completo em oratória as escolas de retórica eram frequentadas por aqueles que pretendiam dedicar-se a uma carreira pública. Para o romano a oratória era o meio através do qual ele podia tornar o seu saber útil para os seus semelhantes. Os grandes guerreiros da época eram também grandes oradores. E, muitas vezes, eles eram grandes líderes porque eram grandes oradores: "O orador era maior que o filósofo, porque o orador incluía o filósofo. As funções desempenhadas na sociedade moderna pelo púlpito, imprensa, tribuna pública e judiciária, debate legislativo,mesmo pela universidade, eram naqueles tempos desempenhadas pelo orador”.(MONROE, P. Op. cit., p. 87.)
Com o tempo a educacâo retorica se transformou num simples treino para aquisição de habilidades de falar em público, sem se preocupar com o conteúdo do discurso. Por esse motivo muitos pensadores passaram a censurar tais escolas. Para preencher essas deficiências surgiram o estudo da ciência do Direito e da Filologia. Assim, passou a se tornar indispensável uma formação sistemática do jurista e magistrado.Surgiram também os professores de Direito. Roma e Constantinopla tiveram os melhores centros docentes desse genero, junto aos quais floresceram as escolas de filósofos e os institutos helenísticos, onde se desenvolviam as ciências particulares.Tais instituições, por sua vez, tornaram possível o surgimento das universidades em Roma. A fundação do Ateneu - centro de cultura no qual retóricos e poetas instruíam a juventude - pelo imperador Adriano foi o primeiro passo para a organização das universidades. As universidades romanas surgiram não apenas para reunir diversas disciplinas, mas principalmente_para reunir professores e alunos que a elas se consagravam.Na época imperial o sistema de ensino romano compreendia os seguintes graus:
1°) as escolas dos ludi-magister, que ministravam a educação elementar;
2°) as escolas do gramático, que ensinavam grego e latim e que correspondem ao que hoje chamamos de curso secundário;
3°) os estabelecimentos de educação terciária, que se iniciaram com a escola do retórico e que, acolhendo o ensino de Direito
e de Filosofia, converteram-se numa espécie de universidade.
O DECLÍNIO DA EDUCAÇÃO ROMANA
O que mais caracteriza a decadência da educação romana é o fato de ela ter passado a se limitar à classe mais elevada. “A educação já não se destina a ser a educação prática de todo o povo, mas o ornamento de uma sociedade oca, superficial e geralmente corrupta já nao é um estádio de desenvolvimento possível para um povo inteiro, ou para indivíduos de dada categoria, mas a simples obtenção ou mesmo mera insígnia de distinção de uma classe favorecida. Quando o antigo vigor político e as oportunidades para as atividades políticas desapareceram, quando o governo municipal se tornou mera máquina para coletar impostos, quando o exército se encheu de bárbaros, a classe superior,agora mais numerosa do que nunca, voltou-se para o único traço remanescente da primitiva Roma imperial — sua cultura." (Id., ibid., p. 91.)
Assim, a educação ministrada pela primitiva Igreja Cristã veio,gradualmente, substituir a decadente educação romana. Esta, mesmo mantendo sua estrutura apôs os bárbaros terem conquistado o Império Romano do Ocidente, em 476 d.C., perdeu a sua importância social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Procurei objetivar a História da Educação na Grécia e em Roma, não deixando de explorar outros fatores importantes para explicar esse estudo, tais como a cultura, a política, a economia e também a própria educação. “As virtudes (virtutes) têm sua origem nos romanos, a cultura (doctrinae) nos gregos.” CICERO, aput Manacorda,1989, p. 73

A Influência Grega
A contribuição dos gregos para a humanidade abrange todos os setores da vida humana. Eles fundaram a filosofia. As reflexões de Sócrates sobre a natureza e o homem e os sistemas criados por Platão e Aristóteles tornaram imortal o pensamento grego. Seu teatro chega ate nós cheio de vida. Demóstenes, mestre da oratória. O esplendor da arte ainda pode ser admirado nas ruínas do Paternon na Acrópole de Atenas. Na ciência, a matemática de Euclides e os teoremas de Tales ou Arquimedes se incorporaram ao patrimônio cultural da humanidade. Hipócrates, o mais ilustre médico da antiguidade, impulsionou o conhecimento do corpo humano.
O regime democrático de Atenas serviu de exemplo para todos os povos. Os gregos alimentaram também o ideal cívico, o amor à pátria, ao regime político e à família, e nos deixaram ainda o ideal esportivo.
A Influência Romana
A influência da cultura Romana é muito forte em nosso meio, principalmente na língua latina, na engenharia, no direito e na forma de organização do governo. Por isso, neste tópico veremos alguns aspectos relacionados a história da origem de Roma, à educação e à influência do cristianismo no processo educativo.
Com a propagação do cristianismo, o poder da igreja sobre a educação tornou-se, mais uma vez, quase que absoluto. Com o poder sobre a educação, Roam tinha dois objetivos em mente: o de formar homens da igreja e o de formar cavalheiros. Para o primeiro grupo, as sete artes liberais: a retórica, a gramática, a música, a dialética, a aritmética, a geometria e a astronomia eram indispensáveis. Ao segundo grupo, no entanto, estas artes não eram inteiramente negadas, porém, eles eram mais exigidos quanto às práticas de caça, montaria, natação, persuasão e prática com arco e flecha, bem como a escrita em verso, e, alguns dizem, a jogar xadrez.
Postado por: Fabiola Mathias

3 comentários:

  1. Eu amei a matéria me ajudou bastante

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  2. Matéria excelente, muito esclarecedora, em relação aos fundamentos da educação grega e romana.

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  3. fique maravilhado com sua matéria

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