O PLANEJAMENTO URBANO E A CONSERVAÇÃO
AMBIENTAL URBANO: A GEOGRAFIA FRENTE AOS PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS
Autores: Fabíola Mathias, Luiz Gilberto Tavares, Uillian Lopes Maier .
1 INTRODUÇÃO
O planejamento urbano é o
processo de idealização, criação e desenvolvimento de soluções que visam
melhorar ou revitalizar certos aspectos dentro de uma determinada área urbana
ou do planejamento de uma nova área urbana em uma determinada região, tendo
como objetivo principal proporcionar aos habitantes uma melhoria na qualidade
de vida.
O rápido processo de
urbanização pelo qual o mundo passou desde a Revolução Industrial, e que se
intensificou nas últimas décadas, foi transformando as cidades e criando uma
serie de desdobramentos de seu crescimento.
Quando a população das
cidades cresce mais que a das zonas rurais, acontece o fenômeno que se chama urbanização. Um país é urbanizado quando
sua população urbana ultrapassa a população rural. Mesmo onde a população rural
ultrapassa a urbana, as cidades crescem naturalmente (crescimento vegetativo)
ou por receber imigrantes. Esse aumento natural da população urbana é chamado crescimento urbano.
Urbanização e
crescimento urbano estão relacionados e têm como consequência o surgimento de
metrópoles, áreas metropolitanas, megalópoles e megacidades, os conceitos mais
importantes da hierarquia urbana.
2 O PLANEJAMENTO URBANO E A CONSERVAÇÃO AMBIENTAL
URBANA
O planejamento urbano é o processo de
criação e desenvolvimento de soluções que visam melhorar certos aspectos dentro
de uma determinada área urbana, tendo como objetivo principal proporcionar aos
habitantes uma melhoria na qualidade de vida.
De acordo com
Duarte (2007, p.24-25): “O planejamento é um processo cujo resultado, sempre
parcial, é o plano. O plano tem partes; o planejamento, etapas”. As etapas do
planejamento são: o diagnóstico, o prognóstico, as propostas e a gestão urbana.
Ferrari (1977) diz
que a primeira etapa incluí, pesquisa, análise, diagnose, prognose, pré-plano,
plano básico e programação, enquanto a segunda etapa se resume em realização;
controle, fiscalização, avaliação, revisão e atualização..
2.1 MODELO CIDADE-JARDIM
O conceito
urbanístico das cidades-jardim foi criado por Ebenezer Howard, um urbanista
inglês do final do século XIX e adotado no Brasil por meio dos arquitetos
Raymond Unwin e Barry Parker. Nos bairros planejados, a prioridade é a baixa
densidade de ocupação, com ampla arborização distribuída por praças,
arruamentos e jardins internos e distribuição ordenada dos serviços e
transporte e circulação racional de veículos.
Nas cidades-jardim
teorizadas por Ebenezer Howard em seu livro “Tomorrow, a Peaceful Path to Real
Reform” publicado em 1898 e nas aplicações empreendidas pelas sociedades
fundadas por ele próprio nas proximidades de Londres, em 1902 (Letchworth) e em
1919 (Welwyn) - os mecanismos de controle do crescimento urbano seriam
fundamentais para a harmonia espacial e social desejada.
O modelo de
cidade-jardim baseava na busca de proporcionar um contato e integração da
natureza dentro das cidades, uma vez que esta relação havia se perdido ou
estava fragilizada pelo advento capitalista, com suas chaminés e fumaças
cinzentas que encobriam os horizontes.
Segundo Howard, o homem deveria desfrutar ao mesmo tempo a sociedade e
as belezas da natureza.
A urbanização de
novas cidades ocupa terrenos extensos, e geralmente de grande valor ambiental
ou econômico. Ao conectar as novas cidades, Howard propõe a expansão das fronteiras
urbanas e a ampliação das áreas rurais e atividades agrícolas, implicando em
grande perda de biodiversidade e na degradação ambiental.
A
Cidade-Jardim foi construída [...], como crescerá? Crescerá estabelecendo - provavelmente
por meio dos poderes do parlamento – outra cidade a uma pequena distancia de
sua zona “rural”, de modo que a nova cidade tenha igualmente sua própria zona
rural. Eu disse “estabelecendo outra cidade” e, para fins administrativos,
haverá duas cidades. Mas os habitantes
de uma poderão atingir a outra em poucos minutos, pois se providenciará na
verdade, uma única comunidade. (HOWARD, 1996, p.187).
Este modelo de
organização urbana não constituía apenas uma proposta ”romântica” de planejamento urbanização de novas cidades
ocupa terrenos extensos, e geralmente de grande valor ambiental ou econômico.
Ao conectar as novas cidades, Howard propõe a expansão das fronteiras urbanas e
a ampliação das áreas rurais e atividades agrícolas, implicando em grande perda
de biodiversidade e na degradação ambiental.
FIGURA
1 – MODELO DE PLANEJAMENTO CIDADE-JARDIM
|
2.2 CONSERVAÇÃO
AMBIENTAL
Com o alto grau de exploração pelo capitalismo de mercado a
preservação de áreas verdes tornou-se uma tendência mundial. Com o crescimento
das indústrias e das cidades, gerou uma grande necessidade de organização das
ruas para melhorar as condições sanitárias e ambientais das quais são precárias
dentro dos grandes centros urbanos industriais, originou-se assim o urbanismo
moderno. Criando então as chamadas redes de esgotos para melhorar a qualidade
de vida da população das cidades, mas por outro lado poluindo nossos rios, uma
vez que todos resíduos gerados pelas indústrias e até mesmo das casas vão
diretamente para os mesmos.
FIGURA 2 – ESGOTOS SENDO DESPEJADO NOS RIOS
FONTE: Disponível em: < http://vereadorflavio.blogspot.com.br/2013/04/vereador-cobra-
obras-para-solucionar.html> Acesso em: 13 out. 2014.
Segundo a Wikipédia, a enciclopédia
livre, diz o seguinte:
Em muitas cidades
os esgotos não recebem qualquer tipo de tratamento, acabando assim contaminando
os solos, rios, oceanos e até mesmo os mananciais que abasteces cidades com
água.
Uma cidade precisa
crescer segundo um plano de ocupação que respeite as necessidades básicas: água
encanada e esgoto, tratamento de água e esgoto, serviço de coleta de lixo e
parques ambientais. O crescimento desordenado invade as áreas verdes
desrespeitando a natureza do lugar, sendo assim o desmatamento provoca a
redução da umidade do ar dificultando a formação de chuva. Além disso, animais
que viviam na região desmatada procuram alimentos em ouras áreas nem sempre
encontrando, havendo assim o risco de espécies de animais e vegetais
desaparecerem antes mesmo de serem conhecidos e estudados.
Como sugere
Danelli (2007, p. 17) “para que as paisagens sejam preservadas cabe ao estado
elaborador leis de proteção ambiental, bem como estabelecer mecanismos de
fiscalização e controle das áreas naturais protegidas”. Surgindo então em 1998
e regulamentada em Setembro de 1999 a lei de crimes ambientais que estabelece
as penas para as infrações e agressões cometidas contra o meio ambiente no
Brasil. Prevê multas que chegam a 50 milhões de reais para uma variedade de
infrações tais como: pesca em locais proibidos, crimes contra o patrimônio,
soltura de balões, pichações, caça ilegal, obras poluidoras, queimadas e
desmatamento.
A humanidade está
acordando para a necessidade de preservar o meio ambiente e impedir a
destruição da própria espécie. E uma boa noticia é que já há muito professores
desenvolvendo essa mentalidade de preservação e trabalhando com consciência e
usando conceitos da educação ambiental, eles estão ajudando suas turmas a
formar uma cultura de defesa do meio ambiente.
3 A GEOGRAFIA FRENTE AOS
PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS
A urbanização da sociedade aconteceu de
forma desigual em todo mundo. Os países considerados “centrais” assistiram
primeiramente aos seus processos de urbanização, apesar de outras civilizações
antigas também apresentarem o seu espaço urbano. Com o processo de colonização
e o consequente subdesenvolvimento, a urbanização nos países periféricos
consolidou-se apenas em meados do século XX, fruto da industrialização tardia
desses países. Esse fenômeno provocou mudanças drásticas na natureza,
desencadeando diversos problemas ambientais, como poluições, desmatamento,
redução da biodiversidade, mudanças climáticas, produção de lixo e de esgoto,
entre outros. Principais problemas:
·
A expansão da rede urbana sem o devido
planejamento ocasiona a ocupação de áreas inadequadas para a moradia. Encostas
de morros, áreas de preservação permanente, planícies de inundação e áreas
próximas a rios são loteadas e ocupadas. Os resultados são catastróficos, como
o deslizamento de encostas, ocasionado a destruição de casas e um grande número
de vítimas fatais.
·
A compactação do solo e o asfaltamento, muito
comuns nas cidades, dificultam a infiltração da água, visto que o solo está
impermeabilizado. Sendo assim, o abastecimento do lençol freático fica
prejudicado, reduzindo a quantidade de água subterrânea. Outro fator agravante
dessa medida é o aumento do escoamento superficial, podendo gerar grandes
alagamentos nas áreas mais baixas.
·
Outro problema ambiental urbano preocupante é o
lixo. O aumento populacional causa uma maior produção de lixo, especialmente no
atual modelo de produção e consumo. A coleta, destino e tratamento do lixo são
questões a serem solucionadas por várias cidades. Em muitos locais, o lixo é
despejado nos chamados lixões, locais sem estrutura para o tratamento dos
resíduos. As consequências são: odor, proliferação de doenças, contaminação do
solo e do lençol freático.
·
O déficit nos serviços de saneamento básico
contribui para o cenário de degradação ambiental. A quantidade de esgoto
doméstico e industrial lançado nos rios sem o devido tratamento é imensa. Esse
fenômeno reduz a qualidade das águas, gerando a mortandade de espécies
aquáticas e a redução do uso dessa água para o consumo humano.
·
Nos grandes centros industrializados, os
problemas ambientais são mais alarmantes. Nesses locais, a emissão de gases dos
automóveis e das fábricas polui a atmosfera e retém calor, intensificando o
efeito estufa. Com isso, vários transtornos são gerados à população: doenças
respiratórias, chuvas ácidas, inversão térmica, ilhas de calor, etc.
·
A poluição sonora e a visual também geram
transtornos para a população. Os ruídos ensurdecedores e o excesso de elementos
destinados à comunicação visuais espalhados pelas cidades (cartazes, banners,
placas, outdoors, fios elétricos, pichações, etc.) afetam a saúde dos
habitantes. Portanto, diante desse cenário de diferentes problemas
ambientais urbanos, é urgente a necessidade de elaboração e aplicação de
políticas ambientais eficazes, além da conscientização da população.
Entre as medidas a serem tomadas estão à
redução da produção do lixo, a reciclagem, o tratamento adequado do lixo, o
saneamento ambiental, o planejamento urbano, a educação ambiental, a redução da
emissão de gases poluentes, entre outras.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse trabalho foi realizada uma pesquisa
literária, para um bom desenvolvimento e melhor compreensão do assunto abordado
em relação o planejamento urbano e a conservação ambiental urbano, tendo como
eixo de pesquisa a geografia frente aos problemas ambientais urbanos.
Desse modo, compreendemos que os
problemas ambientais urbanos se originam a partir do relacionamento entre os
assentamentos humanos e seu suporte físico. Nesse caso, tais problemas implicam
o comprometimento dos recursos naturais das cidades e se associam à
precarização da qualidade de vida das populações urbana.
Cabe salientar que; a pesquisa realizada
tem com intuito de contribuir para o entendimento da complexidade dos problemas
ambientais urbanos, dando insumos para formulação de políticas públicas que
tenham como meta o alcance socioambiental, mais justo e equilibrado. A
metodologia adotada foi à elaboração de um histórico pertinente à
institucionalização das questões ambientais urbanas, bem como realização de um
estudo acerca das causas dos conflitos socioambientais urbanos contemporâneos.
Por
fim, buscou – se sistematizar os principais problemas ambientais urbanos,
evidenciando sua conectividade.
REFERÊNCIAS
TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina;
GUIMARÃES, Raul Borges; Conexões Estudos
de Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Editora Moderna, 2010.
ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de;
RIGOLIN, Tércio Barbosa; Geografia Geral
e do Brasil. São Paulo: Editora Ática, 2010.
DUARTE,
Fabio. Planejamento Urbano.
Curitiba: Editora Ipbex, 2007.
FERRARI,
Célson. Curso de planejamento municipal
integrado. São Paulo: Pioneira Editora, 1977.
HOWARD, Ebenezer. Cidades-Jardins
de amanhã. São Paulo: Hucitec, 1996.
DANELLI, Sônia Cunha de Souza. Projeto Araribá Geografia. São Paulo:
Moderna, 2007. p. 17.
WIKIPÉDIA.
Planejamento urbano. 14 set. 2014.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Planejamento_urbano#Meio_ambiente>
Acesso em: 13 out. 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário